17 de outubro de 2014

Alavancar os Resultados da Fazenda

3 Motivos para se Investir na Divisão de Pastos 

O tamanho dos pastos tem relação direta com os resultados financeiros do sistema produtivo de pecuária. Afinal, a adequada divisão dos pastos garante o correto pastejo, auxilia no máximo aproveitamento do potencial de produção de forragem do pasto e impede problemas de comportamento do lote, contribuindo positivamente para o desempenho dos animais e, consequentemente, para o resultado financeiro da operação.
Mas será que vale a pena investir tempo e dinheiro em divisão de pastos?
Confira abaixo 3  motivos para se investir na divisão dos pastos e alavancar os resultados da fazenda.
1 – Pastagem em Pastos Extensos
Pastos extensos sofrem com a irregularidade do pastejo, que é bastante elevado nas áreas próximas ao cocho e aguada e pouco intenso nas áreas mais distantes. Como o animal se desloca com facilidade até 250m e tolera até 500m, pastos que tenham comprimento e largura maiores do que isto são afetados com a desuniformidade do pastejo e não permitem o aproveitamento adequado da massa de forragem que é produzida nas áreas mais distantes da aguada ou do cocho.  Abaixo segue uma figura que ilustra a situação exposta:
Imagem ilustrativa da pastagem em pastos extensos.
Em pastos com dimensões acima do recomendado, como ilustrado, ocorre que durante o período das águas o animal consegue se alimentar bem usufruindo mais ou menos de metade do pasto e não se desloca ao final do pasto, porque não há necessidade. No entanto, na época das secas, esta área estará super pastejada, de porte baixo e pouca folha disponível e a área do fundo do pasto que não foi pastejada, estará com capim todo sementeado e muito alto e o animal usufruirá muito pouco desta forragem porque o material já estará de péssima qualidade.
2 – Problemas do Pastejo Irregular
Com a degradação ocasionada pelo super pastejo, inúmeros problemas podem ocorrer como o aumento da presença de invasoras (mato-mole, rebrota dura, etc.) e cupins, redução do porte da parte aérea e encurtamento das raízes da forrageira – o que causa lentidão no tempo de rebrota na entrada do período das águas e secamento precoce na entrada da seca – culminando com morte da planta e erosão do solo, que sem a cobertura necessária e os nutrientes fornecidos pela planta, se torna gradualmente improdutivo com o decorrer do tempo.
Sub pastejo – o excesso de massa, além da perda direta, provoca retardo na saída da próxima safra e em alguns casos a morte das touceiras.
Sub pastejo – o excesso de massa, além da perda direta, provoca retardo na saída da próxima safra e em alguns casos a morte das touceiras.
Encrutamento das raízes da forrageira em função do super pastejo
Encrutamento das raízes da forrageira em função do super pastejo
Impacto da gota da chuva sobre solo descoberto
Impacto da gota da chuva sobre solo descoberto
3 – Consequências da Degradação da Pastagem
Os problemas causados pelo tamanho inadequado dos pastos provocam a redução da área efetivamente empastada, devido a morte da pastagem e ao desgaste do solo no longo prazo, o que aumenta o custo/ha. Também ocorrerá a diminuição do suporte da fazenda, que provocará a redução do rebanho, além de afetar o desempenho do mesmo. Além destes fatores, os gastos com limpeza do pasto aumentam nas áreas super pastejadas e, dependendo do nível de degradação, ocorrerão despesas ainda, com a recuperação de áreas afetadas.
Degradação da pastagem em função do super pastejo
Degradação da pastagem em função do super pastejo
O que fazer ?
Todo este cenário de perda e prejuízo pode ser evitado eficazmente com a correta divisão dos pastos, que deve levar em consideração:
  • O tipo e o suporte da forragem
  • O tipo de solo e condição de drenagem
  • A topografia
  • O acesso às aguadas e ao cocho (se compartilhado)
  • Eventuais investimentos em captação e redistribuição de águas
  • O possível aproveitamento das cercas
Tudo isto levando em conta o custo total dispensado.
Pastejo alternado
Pastejo alternado
4 – Desponte/ Repasse
A adequação do tamanho dos pastos, não só evita prejuízos como também permite a implantação de um sistema de manejo de desponte/repasse – que abordaremos em nossos posts futuros – otimizando a eficiência do pastejo, o desempenho do rebanho e consequentemente o resultado financeiro da operação.
Imagem ilustrativa de  manejo de gado rotacionado
Imagem ilustrativa de manejo 
A PRODAP auxilia o produtor no planejamento, orçamentação, manutenção e, quando for o caso, na reformulação de toda a estrutura da fazenda, orientando em questões referentes à aguada, qualidade das cercas, necessidade de reforma de pastagens e, como aqui abordado, na divisão de pastos. Para este último ponto inclusive, parte do planejamento consiste em identificar a divisão atual e redesenhá-la com base em imagens de satélite e softwares de desenho técnico (autocad), o que otimiza a divisão e facilita a execução do plano.
Exemplo de imagens de satélite utilizadas pela PRODAP para divisão de pastos:
ANTES
ANTES
                    
DEPOIS
DEPOIS
Conclusão
Aliada a implantação do manejo de gado de desponte e repasse, – que possibilita o aumento do suporte da fazenda e o bom desempenho do animal – o tamanho dos pastos deixa de ser problema e passa a ser solução. Todo o cenário de perda e prejuízos que pastos grandes podem causar é dessa forma evitado e ainda por cima, possibilita-se um aumento na performance do rebanho, trazendo retorno aos recursos dispensados. Assim, respondendo diretamente ao questionamento inicial do texto, é possível afirmar que sim, vale a pena investir tempo e dinheiro nesta ação. Afinal de contas, adequar o tamanho dos pastos ajuda a garantir que o resultado financeiro da operação seja adequado.
FONTE:http://grupoprodap.wordpress.com/

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